REVISTA CONEXÃO LITERATURA – Nº 72
Entrevista com Mara Assumpção, por Ademir Pascale

Rosimara Rodrigues Assumpção, ou simplesmente, Mara Assumpção, gaúcha, casada, mãe de dois filhos, tem na escrita uma terapia, um prazer! Adora ler e escrever desde sempre! Graduada em Negócios Internacionais, com um MBA nesta área, em que
trabalhou por toda sua vida profissional. Por conta de um sonho de ser professora, e se preparando para isso, fez uma especialização em EaD, e um mestrado em Educação. Mas então a vida acabou a levando por outros caminhos e, sem que fosse planejado, a escrita foi assumindo papel protagonista na sua vida: são contos, minicontos, poemas, reflexões, divagações em forma de textos, três livros publicados, e mais dois em produção!

Entrevista
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

Mara Assumpção: Desde sempre eu gostei de ler e escrever. Quando menina gostava de
escrever versos rimados, lembro que adorava as rimas. Mas não mostrava a ninguém,
tinha vergonha! Por volta dos 19 anos escrevi um romance, tipo “água com açúcar”, só
minha irmã e uma prima leram. Depois disso, casamento, família, vida profissional e o
máximo que escrevia eram meus diários pessoais. E a escrita ficou de lado, mas não os
livros – tornaram-se companheiros fiéis! Com a aposentadoria, e tempo para fazer aquilo
que me dá prazer, comecei a ler e estudar a espiritualidade, fenômenos mediúnicos, as
religiões, o cristianismo primitivo. Nesta época, através de um trabalho voluntário em
uma casa que acolhe pessoas abandonadas com deficiências neurológicas crônicas, veio a
inspiração para o primeiro livro “Se eu pudesse falar” que é um romance espírita, que
trata sobre deficiências físicas e o suicídio. O segundo livro veio em sequência, e, por
consequência: “Idas & Vindas”, que fala sobre paternidade e drogas. Os dois livros
publicados através do Clube dos Autores.

Conexão Literatura: Você é autora do livro “O Monastério – Memórias de um
Cavaleiro Templário”. Poderia comentar?

Mara Assumpção: O Monastério não foi um livro planejado, é um livro inspirado. Surgiu
a partir de acontecimentos inusitados durante a visita ao Mosteiro de Poblet, final de
uma viagem a Espanha em outubro de 2017. Esta experiência metafísica – na falta de
melhor qualificativo, foi seguida por sonhos conectados ao monastério, logo que retornei
ao Brasil.
No primeiro sonho, cinco dias após meu retorno, eu vi um templário chegando a cavalo
no Mosteiro, estavam fatigados e exaustos, num cenário bem diferente do atual,
reencontrando uma jovem mulher. Eu não entendia a conexão entre o monastério e os
templários, e resolvi pesquisar a história do monastério, descobrir o elo de ligação entre o
lugar e os templários. No início foi pura curiosidade, mas então, as conexões começaram
a aparecer, e fui ficando cada vez mais instigada; por fim, pessoas que me conheciam, e
com quem eu falei desta experiência me induziram a escrever. Eu sempre digo, que é um
livro inspirado, por tudo isso e, também por que que mais de uma vez, tive sonhos, e
quando acordava, tinha uma trama, ou conflito inteiro na cabeça, para desenvolver na
história que contava.

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?

Mara Assumpção: A minha pesquisa começou em novembro de 2017, buscando a
história do monastério, depois, fui entender a vida dos monges cistercienses, fundadores
do monastério em 1150. E então, descobrir a relação entre a ordem císter e os templários:
o patrono, e idealizador da Ordem do Templo, é a mesma pessoa que reformulou toda a
ordem cisterciense, e que hoje conhecemos como São Bernardo de Claraval. Os
templários eram monges cistercienses, pertenciam a mesma ordem que fundou, e
administra o mosteiro até hoje! Nesta época, ficou claro para mim, que eu precisava não
apenas escrever sobre os templários, mas contar a verdadeira história sobre eles. Foi uma
pesquisa difícil, por que existem muitos livros sobre os templários, mas muita coisa é pura
especulação, misticismo, teorias variadas. Era preciso fazer a distinção, buscar a história
documentada. Felizmente, nesta parte tive o auxílio de uma amiga que é bacharel em
História. E depois conforme fui estudando e me aprofundando no tema, acabei
descobrindo indicações de livros de estudiosos, historiadores importantes. Lia e assistia
tudo que mencionasse os templários. Junto com os templários, tive que estudar alguns
Papas, a história do domínio muçulmano na Espanha e Portugal, as Cruzadas, a vida
mundana da Europa medieval e assim por diante. Foram dois anos de dedicação exclusiva
para o livro.
A escrita e pesquisa eram feitas em paralelo; pois eu tinha necessidade de escrever a
minha história, a história de Oderec – o meu protagonista, ao mesmo tempo em que
precisava estar bem embasada sobre os fatos históricos, pois o livro navega entre a ficção
e a verdade. Muitas vezes precisei, pausar a escrita para entender algum detalhe da vida na
época, ou acontecimento real. Terminei de escrever o livro no final de 2019, e gostei
muito do resultado, pois através das memórias de vida de Oderec, eu consegui contar a
verdadeira história da Ordem do Templo, sob uma perspectiva mais intimista e
espiritualista, mais focada nos personagens do que nos fatos.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?

Mara Assumpção: Um dos trechos mais especiais para mim, é justamente a narrativa de quando Oderec, retornando da Terra Santa,
fica retido na França, numa época em que a Ordem do Templo já está sendo caluniada e perseguida pelo rei francês. E então, Oderec,
atendendo ordens secretas do grão-mestre da Ordem, foge e volta para a Catalunha, numa longa viagem, sozinho, pelos Pirineus. Sua rota de fuga é passar alguns dias, escondido no Monastério de San Pablo – que foi sua casa desde os 09 anos, quando foi entregue por seu pai a Igreja, para que esta lhe educasse e formasse monge – para depois seguir para ocastelo dos templários em Tomar, Portugal .
Porém, nesta sua passagem ao Monastério, reencontra sua afilhada Martina, agora uma jovem mulher, e então vive o amor. Esta parte, é a narrativa do meu sonho, dentro da história que criei, e, portanto, muita significativa para mim. É um trecho, que também dá
uma guinada na história, por que a partir daí Oderec vai viver o dilema entre o amor por Martina e a devoção à sua fé, aos seus votos como cavaleiro templário. Os templários faziam votos de pobreza, obediência e celibato e, portanto, não podiam casar. Eram
monges guerreiros!

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu
livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Mara Assumpção: O Monastério pode ser adquirido no site da Editora Trevo(www.editoratrevo.com.br) , assim como Amazon e outras plataformas de  vendas online, tipo Estante Virtual, Americanas, Submarino, Mercado Livre, etc.
Meus dois livros espíritas estão à venda no “Clube de Autores”, Amazon e demais plataformas de vendas online.
Através do meu site (https://www.maraassumpcao.com.br) é possível ter acesso aos “lincks” para compra dos livros, além de conhecer meu trabalho em contos, prosa poética, textos e divagações. Também tenho meu perfil no Instagram @by.maraassumpcao,
onde compartilho meu trabalho, além de textos e indicações de livros, poemas e citações de grandes personalidades, etc.

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?

Mara Assumpção: Certamente que sim, a construção do meu nome como escritora e
poetisa é o meu principal desafio no momento. Já tenho outros dois romances em
andamento: um romance histórico cuja temática são os cátaros, e o outro, mais místico e
espiritualista, sobre a transição planetária. Além disso, participando de três antologias
poéticas: Poesia Livre 2021 da Vivara Editora, Prêmio Poesia Agora Verão 2021 da
Editora Trevo, e Permita-se Florescer da EHS Edições, livros já em fase de edição. Poesia
é algo novo para mim, comecei a escrever em meados do ano passado, então ter meus
poemas selecionados nessas antologias foi bem importante. Não descarto para 2022, um
livro de contos e prosa poética. Já tenho material pronto para isso!

Perguntas rápidas:
Um livro: O meu, “O Monastério – Memórias de um Cavaleiro Templário”
Um (a) autor (a): Hermínio de C. Miranda, escritor, pesquisador e um estudioso da
espiritualidade
Um ator ou atriz: Fernanda Montenegro e Lázaro Ramos
Um filme: Cidade de Deus
Um dia especial: O dia em que nasceram cada um dos meus amores, meus filhos e netos

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Mara Assumpção: Gostaria de acrescentar que meu trabalho traz muito das minhas
crenças e fé, que são os pilares da minha escrita. Com minhas obras, tenho a pretensão de
além de entregar entretenimento, compartilhar algum conhecimento, induzindo o leitor a
reflexão sobre a grandiosidade da vida. Mas, não gostaria de ser rotulada como escritora
espírita, por que escrevo para pessoas do mundo, independente de crenças ou fé. Minha
escrita é universal, ainda que meus dois primeiros livros tenham sido romances espíritas.
Minha visão e aspiração é a busca do bem, do nosso crescimento como pessoas, como
humanidade e seres espirituais, que todos somos em essência.

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